Vivemos em um país peculiar. Dizia Tim Maia que, “aqui prostitutase apaixona, cafetão tem ciúme e traficante se vicia“. O também saudoso Kafunga falava que, “no Brasil o errado é que está certo”.
Ano passado a Fifa ameaçou tirar o estádio Beira-Rio da Copa de 2014 porque achou baixo o valor de R$ 150 milhões para as obras necessárias. O Internacional teve que provar item por item que é possível, já que são gastas fortunas em reformas de outros estádios para a Copa.
Até fins de 2008, o que mais se perguntava em Minas Gerais era: “para onde vai o dinheiro que o Atlético arrecada?”. O clube vivia nas páginas policiais, com jogadores despejados de hotel, salários atrasados, sede e até troféus penhorados.
Alexandre Kalil assumiu e na primeira entrevista coletiva como presidente disse que a fórmula para clubes do tamanho do Galo dar certo, era: “não roubar e não deixar roubar”.
Assim foi feito. Apenas dois exemplos: o clube gastava em torno de R$ 1,3 milhão, mês, em alimentação para jogadores de todas as categorias e funcionários. O serviço era terceirizado. Kalil mandou apurar se poderia ficar mais barato, caso o próprio clube o fizesse. Hoje, este gasto não chega a R$ 300 mil.
Um computador, desses comuns, de escritório, era comprado pelo Atlético a R$ 6 mil, cada. Sob a gestão Kalil, caiu para menos de R$ 1 mil.
Há muitos exemplos desse nível, que ocupariam muitas páginas de jornal.
Entretanto, a pergunta em Minas agora é: “de onde vem este dinheiro que o Atlético está gastando?”
Outro fator relevante, talvez o mais importante, é que as aquisições e vendas de jogadores são feitas diretamente pelo clube e qualquer vantagem na negociação fica nos cofres do Atlético e não nos bolsos de algum dirigente ou empresas de fachada, tão comuns no futebol brasileiro.
Essas especulações que tentam envolver o nome do ex-presidente Ricardo Guimarães, que até a revista Placar embarcou na sua edição de fevereiro, são ridículas, especialmente de onde partem.
O que a imprensa nunca aprofundou na vida do Atlético sob a administração Kalil se refere às pessoas que ele levou para ajudá-lo. Neste time, fora de campo, coordenado pessoalmente e diariamente por ele, está a explicação desse “milagre”.
Os três únicos remunerados são o Eduardo Maluf e Adriana Branco, conhecidos do público, e Carlos Fabel, da área financeira, igualmente competente.
E é preciso procurar saber e passar a leitores e ouvintes, quem são, no mundo das finanças, nos meios jurídicos e comerciais (e quanto custa cada profissional desses no mercado), inteligências como Lásaro Cândido da Cunha, Luiz César Villamarim, Rodolfo Gropen, Castellar Guimarães Filho, João Luiz Avelar, Manuel Bravo Saramago, Carlos Goulart Leite Jr. e Sérgio Sette Câmara. Todos, colaboradores, ao invés de tantos diretores muito bem remunerados que o Atlético tinha antes.
O que parece mistério é mais simples do se imagina, mas no Brasil, competência e honestidade costumam assustar, principalmente no futebol.
BLOG DO CHICO MAIA
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